Monday, December 12, 2005

Paixões I (continuação)

“Café Central”, lê num toldo branco sujo. Fica localizado à esquerda depois da rampa.
Entrou e escolheu uma das poucas mesas vazias. Ninguém tirava os olhos de cima dele” Quem seria?!”. Ao seu lado um grupo de cinco mulheres bem típicas cochichavam e olhavam. No balcão já giravam os copos de vinho, e parecia que aquela hora da manhã já toda a aldeia estava acordada.

Pediu qualquer coisa para comer, que lhe foi trazido por uma rapariga com um grande sorriso, e relaxou enquanto o digeria.
Silêncio. Um silêncio perturbador, agora todos os olhares estavam fixos na porta.

E viu-a. Alta e esguia completamente vestida de preto. O cabelo imaculadamente bem arranjado, louro atado em nó na nuca. Colar, brincos e duas alianças no mesmo dedo. Olhar distante...era ela.
O grupo das cinco mulheres continuou no seu escárnio e mal dizer, agora eram dirigidos aquela figura aparentemente frágil. Poucos foram os que lhe dirigiram os bons dias.

Sentou-se delicadamente numa mesa de dois lugares. Pediu dois cafés, um para ela e o outro para alguém com quem mantinha uma conversa, uma conversa muda com o imaginário.
No meio dos murmurinho ouviu... “mulher do poeta!”. Estava confirmado.

Ele levantou-se. Puxou uma cadeira e pediu-lhe quase silenciosamente para se sentar. Não sabia como ia puxar o assunto mas começou por lhe pedir desculpa pelo facto de ter transcrito o soneto da campa, sem qualquer autorização. Espantada olhou para ele... pediu que repetisse. (...)

2 comments:

Kiau Liang said...

O poema não comento sem me contares qual a vida do poeta.....

Muito bom "trabalho"

kolm said...

A história de amores, paixão, dor amargura, sofrimento e por fim paz.