Monday, March 31, 2008

Somebody...


El Boy Die. Cabeça baixa. Prantos. Comboio. Bar andante, cerveja de lata e amendoins doces. Combinação perfeita. Solavancos, dores. Paisagens em velocidade, viagens nas florestas rápidas. Diálogo. Dores. Tranquilidade, estabilidade, raízes e empurrões. Tristeza. Passos. Noite. Estrelas. Constelações. Lua nova. Cheiros. Horas e horas de braço em braço. Projectos. Descanso.

Direcção. Escadas íngremes. Felicidade. Crianças em volta de mesas velhas. Mãos de volta de outras mãos velhas, geladas. Muito geladas. Ausentes de sangue. Afecto, agradecimento. Vontade. Risos e sorrisos. Amor. Bolo gigante que arde com oitenta e oito velas incandescentes. Mãos pequenas distribuem pequenos pedacitos iguais de bolo. Sorvo de chá. Sopro. Silvo. Imitação de foguete. Apanhou-se as canas acabou-se a festa. Afecto e mergulho. Fim de tarde. Ouro. Verde.

Dores. Caminhada. Agua. Noite e frio. Multidão. Luzes e cores. Bebida de gelo triturado com lima limão. Feira de qualquer coisa. Musica tradicional portuguesa. Fumo tóxico. Viola. Voz. Deslocado. Despropositado. Contrario. Silencio. Depeche Mode. Euforia. Duas vozes. Gargalhadas. Brindes e olhos e brilhantes.

"When I want to speak
About the world we live in
And life in general"
Depeche Mode - "Somebody"

Wednesday, March 05, 2008

109


Mudança, em plena Era de profundas transformações, em plena Era das flores de cor única pintalgada em pétalas revigoradas. Era de reflexões e respeito. Era de sentir emoções singulares sejam elas positivas ou negativas dentro de vidros distintos e transparentes. Era de permissões sem omissões reduzidas em simples toques leves de dedos familiares. Era dos breves apertos no peito oriundos do desapego que chega devagarinho através de beijos e danças de borboletas loucas. Fome de beijos e mais beijos saciados com beliscões leves no estômago. Por vezes chega a doer de tanto se desejar quem do nosso corpo bebe o liquido reluzente e cintilante em mãos lisas que aquecem o regaço do mundo. Aquele mundo.

Traz-me o botequineiro e ele que sirva as bebidas refrescante de menta murcha ardente na garganta. Que sirva o álcool que coze os gritos de ontem e liberta os gritos de amanhã. Clamor que se desvanece na roda da fortuna em movimentos constantes de certezas e ideias fixas hoje, apenas hoje para aqueles que tremem na presença da casa da sorte. De braço dado, em tom de passeio percorrem a estrada escura....

Bem-vindos os outros que de coração aberto oferecem o que não se vê, de sorriso nos lábios esbofeteiam-nos até abrirmos os olhos de um sonho, ou pelo o contrário adormecermos nele. Afinal somos todos estranhos nas musicas que a vida nos oferece. Somos estranhos pela primeira vez que a ouvimos e sentimos. É preciso ouvir sem conta até o conforto a tranquilidade e o desembaraço enfrentarem a tristeza vã e o sentimento de perda, revitalizados no amor aliado à sua melhor amiga chamada mudança inconsciente do verdadeiro eu.


Fechar o tempo, apertar o tempo, abraçar o tempo, beber o tempo digerir o tempo, amar o tempo, odiar o tempo, angustiar no tempo, gritar com o tempo. Chorar no tempo e limpar o tempo, apanhar o tempo, viajar no tempo, rebentar no tempo, saborear o tempo, respirar o tempo... contigo!

Tuesday, January 29, 2008

...

Uma papel que me é dado. Olho para os mil rascunhos que me são passados para as mãos e procuro o meu nome. Apenas uma única linha se destina aquilo que tenho que dizer. Subir ao palco onde já está um carro dentro de uma paisagem muito bem pintada e definida em jardim com tons de fim de tarde. Sentados num banco azul um casal namorisca. Tinha que ensaiar uma expressão triste e magoada quando nesta altura só me apetece sorrir. Sinto o desespero no estômago de não ter jeito para actuar defronte para uma plateia lotada – posso ficar quieta no meu canto, se faz favor – e mesmo encorajada pelo resto do elenco, do qual fazem parte três anões, aos pulos no ensaio geral, não consegui que a vergonha de enfrentar o publico desvanecesse. Fico com a sensação de que me olham como quem vai falhar, como se a responsabilidade e a importância de uma insignificante frase, fosse o ponto de partida para tudo ir para a frente e a peça encarrilar.

Estou sentada num cadeirão de veludo vermelho, a olhar o ensaio e sempre com o sentimento de que vou ter que fazer um esforço enorme para dizer simplesmente – “O que se passa aqui!!” – mentalmente ensaio a pequena frase e os gestos de quem está a sofrer de morte. O medo que a dislexia me atraiçoe deixando cair por terra as expectativas do realizador, de todos os que ali pertencem, é petrificante. Sinto a bexiga atormentada.

Cá fora encontro-me numa floresta enorme, cheia de verde e gigantes arvores plantadas em várias descidas feitas de terra – juro – corro em busca de uma casa de banho e quando finalmente a encontro é um género de bunker com letras em néon desenhando a palavra “WC”. Numa fase em que já não aguento mais entro e reparo que não existe um único sanitário sequer. Olho em redor e apenas muitos espelhos enfeitam as paredes do pequeno espaço e uma senhora muito gorda, sentada num alto banco e com um lenço de cornucópias amarelas apertado na cabeça, vende bocadinhos de papel higiénico. Tento ser simpática e não fazer um ar de estranha, mas tenho de sair dali a correr - No chão é que não! – porque não aguento mais. Subo para cima do telhado escondido no meio de folhas coloridas e enquanto tento aliviar a super bexiga, lá em baixo vejo um desfile a vir em minha direcção. Agora a rapidez tem que ser brutal e escondo-me já com a curiosidade de ver o que é.

Entretanto numa estrada paralela passa num veiculo motorizado a alta velocidade, uma pessoa – que não vejo há bastante tempo - que me faz adeus freneticamente enquanto os seus enormes cabelos esvoaçantes rendem-se ao vento – grande sorriso -

Não é um desfile. É uma procissão. Pessoas vestidas de igual – policias ou militares, sem boinas e armas – passam com ares tristes e pesados. Escondida observo e absorvo. Os de trás – três – carregam em cada canto uma caixa vazia meio tombada, falta o quarto elemento. Parece um velório.

Acordei com aplausos e cheiro a café!

Thursday, January 24, 2008

em dias assim :)



Hoje, assim em jeito de pessoa engraçada e como quem não quer a coisa... olha!!!! sinto-me uma princesa!!

Ouvindo... "Vaporous"

Wednesday, January 09, 2008

yeah yeah yeah (I like you)!!


Num dia em que as coisas lhe corriam bem, eis que se sentia preparado para o que estava atrás da porta numero dois. A mão, essa já bem posicionada, enfrentava a ansiedade puxada por uma carroça muito velha chamada curiosidade. Não sentia dor quando picada. Estranho, não se enganam assim tão facilmente os sentidos. Como humano que é entreabriu a porta e tentou espreitar para lá, várias eram aqueles que barravam a sua passagem e lhe toldavam os olhos como pequenos grãos de areia juntos por lágrimas vertidas em dias de sol. Fora assim que decidira lidar com aquilo que achava que não seria o melhor para si. Dividir por portas, números e cores até sentir o sopro do chamamento a que gosta de chamar divino.

Homem de poucas crenças, mas de mente sã, desconfiava com quantos arrepios tinha e escondia num camada bem grossa entre os ossos e a pele a vontade de rebentar em qualquer coisa estonteante. Embriagues dos sentidos que fervem por dentro mas reprimidos em tons quentes. Pasteis esfumados. Compreendido era em poucas palavras com aqueles que consegue manter diálogos silenciosos. Aqueles que falam apenas com olhares, perdem-se em sorrisos num mundo transcendente demais para ser explicado. Um legado divido de duas em duas gerações secretas. Já viajou até a lua... estava oculta mas ele sentia...

(Aplausos)
Esvaziou as gavetas e armários. Colocou numa caixa os seus melhores discos e carregou até ao topo. O barulho da festa já se ouvia, vários eram aqueles que subiam as escadas a correr e o abalroavam, tinha começado ainda ele não tinha colocado pé no primeiro degrau. Tinha um novo ano à sua frente!


If you fall I will be there for you! Now go… go dance!!