Era de noite e as formas da terra tornam-se em gigantes sombras de grandes monstros devoradores. Mortais. As grutas, formadas pelas rochas lá bem ao fundo, pareciam enormes bocas abertas, horrendas numa imaginação alucinante. Lutaram contra línguas marítimas em pulos frenéticos e sentiram-se pequenos correndo de mãos dadas. Por fim exaustos caíram em gargalhadas na areia escura.
Abriram os olhos e vislumbraram as estrelas espalhadas por uma, pouco definida, estrada láctea sem fim. Encontraram o principio e seguiram para sempre.
Ao fim de duas noites perdidas em insónias emprestadas, era impossível aquilo estar acontecer. Forças para lá de humanas corriam pelos músculos e pelos sentidos. Conseguiu fintar o cansaço e envia-lo para o dia seguinte. Amanhã que voltasse. Naquele instante nada mais era importante e não queria estar em nenhum outro lugar.
Não queria perder o momento por nada, apetecia-lhe viver... sentir-se viva.