
Ontem pensei que era uma simples navegante, caída de um dos vazios que se formam quando os mundos se unem, e na tentativa de passar de um para o outro desequilibrei-me e escorreguei por ai abaixo.
Encontrei-me com os pés em terra firme, vestida a rigor num fato feito de malha de prata e um medalhão descentrado no peito que me protegia o coração de alguma arma alheia. Caminhei com umas botas de ferro que me fustigavam os pés e empunhava uma espada enorme que me desequilibrava...
Senti-me um guerreiro em defesa do seu castelo que no interior continha o que mais amava. Defendia com unhas e dentes aquilo que era meu, e sentia-me invencível em lutas de campo aberto. Lutei contra outras espadas e armas que desconhecia, lutei corpo a corpo e gritei por ajuda.
No tilintar das espadas não ouvi nenhuma voz humana uns lábios sequer se abriram. Olhei em volta e tantos eram os olhos que me observavam cabisbaixos. Estiquei o braço e esperei pelo toque... não senti...
Olhei em frente... afinal a minha missão era travar uma luta que não era minha.. estava ali como uma "Navegante" do tempo de terras longínquas, enviada simplesmente para proteger... de espada em punho.