Quem o contornou com uma fina caneta dourada e brilhante. E quem inventou aquelas formas nas nuvens que eu nunca antes vira. “- Já viste as nuvens hoje?!”... colocadas em várias dimensões num escala de cinzentos. Indescritíveis até mil olhares e ali tão perto de um simples esticar de braço, esticar de dedo a tornear as várias formas até as saber de cor e conseguir guardar para posteriormente projectá-las num outro céu.
Quem é o génio que tem o condão de me prender horas deslumbrada aquilo que nunca me passou pela imaginação e nem mesmo pela retina acordada. Quem por fim soprou a lua e acendeu as estrelas no meio da tempestade que rebenta em gritos silenciosos e latidos afastados mesmo ali ao lado de uma noite de verão.
Quem é de certo não está ciente no perigo em que nos colocou. Em que me colocou. O de não conseguir equilibrar-me naquele limite em que intensidade tem que ficar dentro de um saquinho chamado emoções que comprimo, na mão com todas as minhas forças, em vão. Porque não aguentei o formigueiro do tumulto apertado e deixei-o cair. Exigiram ser libertadas e com elas deixei-me ir... *
Olhei cá para baixo e vi: nós as duas sentadas no pequeno muro branco.
Estava-mos sentadas bem de frente para o mar. A paisagens dividia-se ao meio, distintamente bem por cima das nossas cabeças, bastava lançar a cabeça para trás e olhar em direcções opostas. Na vigília da chuva tínhamos chegado até ali com o propósito de falar de ti. Queria tanto ouvir-te e dar-te as minhas palavras e isso não estava a acontecer.
Sobrevoei-nos, eu estava de olhos fechados. Tu contorcias os lábios euforicamente em forma de palavras mágicas de uma primeira conquista e desesperei para conseguir ouvir-te naquele momento. Mas foi impossível (...) Tu apercebeste-te. Olhaste em frente transparente e "acomodas-te –te" em jeito de quem espera uma eternidade se for preciso.
Vou tentar saber quem é... dá-me só um segundo!
* e já sorria enquanto me ia perdendo pelo dia a dentro...
10 comments:
Viste o ceu assim, quem o pintou foste tu. sabes dizia-me o meu pai um dia que quando olhamos o ceu, as montanhas, as arvores o mar, como tu olhaste nos aproximamos de Deus( seja ele qual for) foi o que tu fizeste, estiveste a conversar com ele.
Voltaste sem resposta porque ele é assim, não responde, a resposta está em ti.
Linda a tua conversa com o teu Deus.
Obrigada pela partilha.
A minha história "Comecar de novo" já teve continuação, vem ler.
Até breve.
Isabel
Ele é sempre diferente!
Não nos cansamos de olhar para ele... quase tanto como para as águas!
Foi o «Jisus»! :)=
não é todos os dias que encontramos um céu como aquele que nos descreves. Dá vontade de levantar voo e subir até la acima.
Ainda há dias vi um céu assim e parei para admirá-lo, aquele misto de cores...
Parece que te perdeste mesmo nessa viagem ao trascendente
:)
Baci per te
Tens um desafio para ti lá no meu sitio. Podes não aceitar se não te apetecer mas eu gostava muito que aceitasses. altera-lhe as regras como eu fiz por exemplo.
Até breve.
Isabel
Olá!
Gostei da partilha. Passei pela primeira vez, mas voltarei. Andar por aqui ajuda-me a quebrar a barreira da solidão, esse estado de espírito tão controverso...
Olhar o Ceu, digo é sublime________Meu rasto, Cõllybry
Pintaste tu um céu único, com um lápis mágico de cor e muitas palavras.
Adorei olhar o céu por teus olhos.
Obrigada
beijinho
"Começar de novo" tem uma nova e maléfica personagem. Vem conhece-la.
Eu aguardo novos escritos teus.
Isabel
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