Tuesday, September 18, 2007

Pena Azul!

Existem dias assim, qualquer palavra pode ser demais e qualquer gesto é sempre de menos. Qualquer sentimento é sempre inferior ao querer que não acabe, porque o imprevisto é sempre o nosso melhor amigo. Sempre.
Os dias são repletos de verde claro e verde escuro, cheios de altos e baixos. Dores. Cobertas e descobertas entre caminhos achados em ruas estreitas, veredas que de certeza não estavam lá ontem e revelaram-se hoje, inesperadamente transformadas em arvores que por sua vez se transformam em pontos de regresso. Um outro dia.

A tarde já alta começa azul e cor de laranja, junta-se inesperadamente na noite vermelho fogo e explode, como sempre acontece, em mil pedacinhos. Mãos que cheguem, não existem para os apanhar. São biliões por ali espalhados em sorriso e gargalhadas, espantos e bons momentos de sensações que parecem conhecem-se eternamente. Ouve-se um trombone arrepiante, que rasga incessantemente o rotineiro silêncio e a equidade desaustina o espírito que já lá está a ver o que se passa, envolto na imaginação repleta de faunos e fadas, duendes e muitas outras entidades disfarçadas de actores. Uma peça arrepiante.

Enfeitiçados, mil seres pisam a calçada de um Paço. Está escuro e os corpos juntam-se, sente-se o calor contíguo. Olhos que deambulam à procura, mais uma vez, do inesperado e a expectativa de quatro lados. As horas passam envoltas no encantamento de uma fantástica histórica, infelizmente verídica e os aplausos adivinham o fim tão cheio de cor, magia, sons cheiros e pessoas.

Acompanha-se as noites sentados nos bancos de pedra com os pés inchados na terra suja, olha-se o castelo lá bem no cima de tudo, envolto num fumo alaranjado... fazia tempo que o tempo não permitia tal coisa. Conversas de longa data. Ninguém sabe.

Devagarinho a madrugada, bem alta, embala na brisa fresca...


Nas profundas florestas um pequeno duende procura a sua pena azul. Pertence ao seu chapéu verde garrafa. Ao longe avistou os dois gigantes. Na correria de se esconder de certeza que a sua pena azul voara. Uns dedos enormes quase que o abalroaram de baixo das folhas castanhas onde se escondia, estremeceu de pânico. As suas vozes quase de rebentar os tímpanos, tão perto que estavam, misturavam-se entre os risos e sorrisos. Um deles pegou em qualquer coisa. No espaço de tempo em que se atordoo por aquilo que é eternamente apaixonado não se apercebeu... tinha sido assim roubada a sua pena azul!

"Para sempre teu...Paquito"

3 comments:

Anonymous said...

As tuas palavras encantadas conseguem sempre transportar-me para um cenário de sonho:) sinto-me sempre como se estivesse presente:)

Beijinhos:))))))))))))

Astor said...

*asneira*

isto é muito bonito :\

as velas ardem ate ao fim said...

Deixaste me encantada!

bjinos